Axolote: A Salamandra que se Regenera

axolote (axolotl) em cima de uma pedra

Com membros semelhantes a lagartos, ramificações que se projetam de ambos os lados da cabeça e um sorriso natural que é excepcionalmente fofo, o Axolote (Ambystoma mexicanum), ou Axolotl, é um anfíbio popularmente conhecido como “salamandra mexicana”.

Pertencente a classe Amphibia, o Axolote tem sido o centro das atenções de muitos hobbystas e cientistas, não só pelo seu “sorriso”, mas principalmente porque ele é o único animal vertebrado capaz de regenerar extremidades amputadas, órgãos e tecidos.

Vamos conhecer mais sobre essa incrível salamandra.

Comportamento

O Axolote é uma das salamandras mais singulares do mundo, mas observar esses anfíbios pode ser bem entediante, pois não são criaturas muito ativas.

O Axolote gosta de se esconder em plantas e rochas, o mais distante possível na água. Quando o Axolote se mexe, ele se move bem devagar, a menos que esteja no cortejo, onde o macho e a fêmea vão “dançar” ao redor do aquário.

Cuidados

Em cativeiro, a salamandra mexicana requer uma temperatura ambiente de aproximadamente 16°C a 18°C. Temperaturas mais baixas do que estas poderiam ser letais para o Axolote, e temperaturas mais altas poderiam levar a um aumento na taxa metabólica.

Um único Axolote requer pelo menos 10 galões (40 litros) de água não clorada em um tanque espaçoso, equipado com um filtro, um esconderijo, bem como plantas e rochas para imitar seu habitat natural.

Reprodução

O Axolote pode atingir a maturidade sexual a qualquer momento após os cinco meses de idade, dependendo da saúde geral da salamandra, da nutrição e da temperatura da água.

Os machos geralmente atingem a maturidade sexual antes das fêmeas. Isso ocorre porque as fêmeas podem colocar mais de 1.000 ovos de cada vez, e seus corpos têm mais tempo de “preparação” do que os machos.

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O macho e a fêmea dessa salamandra mexicana, passam por um namoro antes do acasalamento enquanto o macho leva a fêmea ao redor do tanque.

O macho deixa um pacote de espermatozoides chamado espermatóforo para a fêmea pegar e fertilizar seus óvulos.

Cerca de duas semanas após a fertilização, as larvas eclodem e se apresentam com cerca de um centímetro de comprimento.

Habitat

Na natureza, a casa favorita dos Axolotes é a parte inferior dos canais e lagos de Xochimilico, no México.

São raros os registros da espécie selvagem ainda vivendo em seu habitat natural, porém a rara capacidade de reconstruir o cérebro e regenerar o próprio corpo, fez com que esses animais crescessem em popularidade.

O crescimento da Cidade do México tem pressionado a população selvagem dessas salamandras. O Axolote está atualmente na Lista Vermelha anual da União Internacional para Conservação da Natureza de espécies ameaçadas.

Peixes não-nativos, como a carpa asiática e a tilápia africana, foram introduzidos nas águas onde o Axolote habita, e esses novos peixes têm comido os jovens dos axolotes, além de sua principal fonte de alimento.

Os Axolotes, agora, são encontrados em todo o mundo em laboratórios, zoológicos e aquários, como animais domesticados.

Alimentação

O Axolote é carnívoro e se alimenta principalmente da caça de vermes, pequenos peixes, crustáceos, larvas de insetos, moluscos, dentre outras presas pequenas.

Os Axolotes domesticados têm uma dieta que consiste em vermes sanguíneos, minhocas pretas, minhocas brancas e ração de salmão.

Regeneração

Quando esses animais perdem uma extremidade, ela pode ser regenerada em questão de semanas (nervos, músculos e ossos).

Segundo pesquisadores, a salamandra Axolote tem habilidade de reparar  sua medula espinhal por completo quando sofre uma lesão, além de feridas que são recuperadas sem deixar cicatrizes.

processo de regeneração de membros da salamandra mexicana axolote (axolotl)
Figura 2: Os membros do axolote passam por um processo de múltiplos estágios após lesão para regenerar o apêndice perdido. Pele, ossos, cartilagens e músculos podem ser regenerados muitas vezes sem sinais de trauma.

A salamandra mexicana Axolote é muito estudada por diversos pesquisadores em razão de sua capacidade de regeneração, inclusive de membros inteiros ou de regiões do sistema nervoso.

Essa capacidade de regeneração vem sendo a esperança de pessoas que tiveram perda de tecidos de outras regiões do corpo ou membros amputados.

Como funciona a regeneração do Axolote (Axolotl)?

Nos Axolotes, o processo que resulta na regeneração de um membro inteiro (Figura 2) envolve uma complexa orquestração das células sobreviventes do membro.

Após a perda do membro (B), um coágulo de células do sangue estanca rapidamente o sangramento no local do corte.

Depois, uma camada de células trabalha rapidamente para cobrir o plano de amputação, formando uma estrutura chamada epiderme da ferida (C).

Durante os próximos dias após a perda do membro, as células da epiderme da ferida crescem e se dividem rapidamente.

Pouco depois, as células sob a epiderme também começam a se dividir rapidamente, formando uma estrutura em forma de cone conhecida como blastema (D).

Acredita-se que as células que compõem o blastema sejam ossos, cartilagens, músculos ou outras células que se diferenciam (perdem sua identidade) para se tornarem semelhantes às células-tronco, que são células que podem se tornar um dos muitos tipos diferentes de células.

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Células de blastema, no entanto, têm restrições sobre os tipos de células que podem se tornar: por exemplo, uma célula de blastema que costumava ser uma célula muscular só pode reformar diferentes tipos de células musculares, e não células de pele ou cartilagem.

Essas células desdiferenciadas no blastema então crescem e se multiplicam, eventualmente recuperando sua identidade como células ósseas ou de pele completamente desenvolvidas (E).

À medida que o blastema e suas células continuam a se dividir, a estrutura em crescimento se achata e eventualmente se assemelha a uma cópia perfeita do membro perdido, incluindo nervos e vasos sanguíneos conectados ao resto do corpo (F).

Quantos Anos Vive um Axolote (Axolotl)?

Os Axolotes podem viver cerca de 10-15 anos antes de sofrerem metamorfose. Já na fase adulta, vivem cerca de 5 anos.

Sequenciação

Uma equipe internacional de cientistas conquistou recentemente um feito histórico após anos de estudos: completou o mapeamento do Axolote, e esse mapeamento até o momento, é o maior já identificado.

Com 32 bilhões de pares de bases de DNA, o genoma do Axolote é 10 vezes maior que o genoma humano, com 3,2 bilhões de pares.

Um estudo publicado na revista científica Nature divulga que a descoberta será uma ferramenta poderosa para os estudos de formas de regeneração como as extremidades.

Conclusão

A natureza nos encanta de várias formas. O aquarismo é um hobby maravilhoso, que nos proporciona estar mais perto da natureza, ajudando a preservar várias espécies de animais alem de poder contemplá-las.

Muitos aquaristas despertaram o interesse nesse incrível animal aquático que é o Axolote, e estão montando seus aquários para cria-los.

Segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), fatores como a perda de habitat, além da captura para o comércio ilegal e alimentação, contribuíram para que os axolotes entrassem no status de conservação criticamente em perigo.

Se você pensa em comprar um Axolote (Axolotl), conhecido como salamandra mexicana, verifique se tem em alguma loja perto de você. Consulte nossa área de Lojas e Serviços.

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Referências

2 Comentários
  1. Solange-Martins 5 anos atrás

    O peixe Axolote tem uma regeneração impressionante… que divino esses seres marinhos… Boa matéria… bem esclarecedora e interessante… parabéns…

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